segunda-feira, novembro 27, 2006

The Gangs' all here (1943)

Confiram a abertura do filme "The Gang's all here", de 1943, estrelado por Carmen Miranda. O interessante é ver todos os créditos, inclusive o nome da atriz portuguesa logo na primeira imagem, na abertura da produção. Logo em seguida, confira no segundo vídeo uma cena do mesmo filme, um dos primeiros de Carmen Miranda em Hollywood. Notem que ela está cantando em inglês, ainda com uma pronuncia bem literal, além da cena clássica de Carmen Miranda com um chapéu de bananeira gigante



Determinando tendências




Carmem Miranda não se resume a música, dela é, também, muitas das tendências da moda como o uso dos babados e as inesquecíveis plataformas. Preparadas exclusivamente para ela, cada sandália era única - das mais variadas formas e cores.

Sua altura, 1,56 metros, era elevada pelos inseparáveis sapatos. Percebi na exposição do Museu de Arte Moderna (MAM) que eles a acompanhavam até quando estava em trajes de banho. No filme percebemos como era impressionante o seu "malabarismo" e desenvoltura em cima de tais acessórios.

Se o objetivo do acessório era dar grandeza a nossa "estrela", não era necessário, pois o seu sorriso aberto já apresentava a sua "alma".

Sua personagem e seu desfecho deixam-nos a certeza de que as estrelas por mais que brilhem, também, possuem os seus momentos de recuarem para poder resgatar dentro de si mesma força para continuar radiante. Caso contrário, só poderemos contemplá-las na superfície sem conhecer a sua essência.

quarta-feira, novembro 22, 2006

erasmo tem razão

Fizemos, numa agradável tarde de sábado, uma visita ao Museu de Arte Moderna (MAM), onde está havendo uma exposição sobre Carmen Miranda. Mari pediu que fizéssemos postagens relacionadas ao que vimos na exposição. Meu texto faz uma relação sobre o patamar alcançado pela "Pequena Notável" e o fato de ser uma "mulher" (bem pequena, por sinal!). Uma nítida "desconstrução" ao abominável rótulo de "sexo frágil".

Eu sou um defensor das mulheres. Um defensor nato. Das mulheres e dos cães (animal fantástico, mas sobre estes vou falar em outra oportunidade). Elas são, naturalmente, o oposto do que foi convencionado ao longo dos tempos: sexo frágil. Nunca percebi em minha mãe, por exemplo, limitações distintas das encontradas no sexo oposto (salvo nos casos em que nos homens era pior!). Não me recordo de ter notado em minha namorada, em qualquer situação - física ou emocional - alguma insignificância em relação a mim. Por essas e outras, vai por terra essa convenção démodé (assim como esse termo, que fui buscar não sei aonde e nem sei se está grafado corretamente!).
Um sublime exemplo da magnitude do "ser mulher" foi batizada como Maria do Carmo Miranda da Cunha e atendia por Carmen Miranda. Uma "portuguesinha" de nascimento, brasileira de coração e baiana por adoção (afinal de contas, "baiana" era a caracterização oficial dos seus trajes!). Exígua na estatura, soberana na veia artística. Provou durante alguns anos - poucos, porém intensos - a grandeza da feminilidade sem rival. Vi em algum momento da Exposição no Museu de Arte Moderna (MAM), dedicada à musa, uma passagem que afirmava que ela foi e ainda é a mulher brasileira mais conhecida pelos terráqueos (e marcianos e...). Não sou um "reacionário" de plantão. Desses que dizem que tudo, antigamente, era melhor. Nem tudo, mas.... Demos à César o que é de César. Atualmente muitas (infelizmente são mulheres contemporâneas as que mais se submetem a tais situações) atrizes-modelos-dançarinas almejam o sucesso. Não aquele abarcado por Carmen Miranda, que ganhou o mundo, mas o sucesso no seu sentido mais reles: efêmero e sem recheio.

A Pequena Notável (e como disse Romano no post anterior, "gigante no palco") transitou pela terra do Tio Sam, em anos dourados, com honras de rainha. Conquistou público e crítica norte-americanos exportando, com orgulho imponente, arte brasileira. Durante tempos viu os Estados Unidos curvarem-se e reverenciarem-se a ela, após suas apresentações inigualáveis. O vídeo exibido no MAM apresenta um momento ímpar na vida dessa artista de mão cheia. O momento do fim. Desta vez, em sua derradeira aparição, foi ela quem ficou de joelhos para a platéia (sempre e sempre a aplaudi-la). Infelizmente (pelo menos para nós, que a perdemos) aquele arrear não era de agradecimento (ou era?!), mas de demissão. Um ato involuntário que se tornou simbólico. Ao ser erguida, não perdeu, jamais, a pompa. Mão direita no umbigo (quase sempre à mostra!), esquerda ao léu, sorriso largo e marcha-a-ré. "Adeus batucada". E ainda dizem que a mulher é o sexo frágil??? Erasmo estava certo: "mas que mentira absurda"!